Hoje, lendo os feeds, achei um post interessante no blog iPodJesus. Transcrevo-o aqui:
Muito bom estar vivendo nessa época onde o gênio cristão mais improvável que existiu tem a sua obra estudada e valorizada como nunca antes.
Estou falando de C.S. Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia. Ex-ateu e um pensador carregado de dúvidas mescladas com uma grande fé.
Uma das histórias mais interessantes da série do país de Aslam é A cadeira de prata. Dois dos meus personagens preferidos estão “estrelando” nesse livro: Eustáquio, que desde A Viagem do Peregrino da Alvorada já me cativou com seu sentimento de superioridade em relação aos primos, e sua capacidade de escrita impecável. Ri muito de seus delírios em achar-se mais certo do que todo mundo, detentor de toda sabedoria e conhecimento diante daquela “gentalha”.
Outro grande personagem de A cadeira de prata, é o Brejeiro, um paulama (tipo semi-humano de Nárnia). É um pessimista dos grandes, sempre prevendo as catástrofes mais sangrentas de deixar Quentin Tarantino no chinelo.
Um dos trechos mais belos do livro, é um citação do própio. A cena é mais ou menos essa: o Brejeiro e as crianças estão encantadas com uma fumaça esquisita e uma música da feiticeira. O narniano tentando se libertar, pisa em um amontoado de brasas, afim de se livrar do êxtase gerado pela encanto, que a esta altura já os faz esquecer da existência de Nárnia e do própio Aslam. Depois de queimar os pézinhos, e impregnar a sala com cheiro de paulama, temos a citação, onde Lewis revela mais de si do que em todos os livros:
Por isso é que prefiro o mundo de brinquedo. Estou do lado de Aslam, mesmo que não haja Aslam. Quero viver como um narniano, mesmo que Nárnia não exista. Assim, agradecendo sensibilizado a sua ceia, se estes dois cavalheiros e a jovem dama estão prontos, estamos de saída para os caminhos da escuridão, onde passaremos nossas vidas procurando o Mundo de Cima. Não que as nossas vidas devam ser muito longas, certo; mas o prejuízo é pequeno se o mundo existente é um lugar tão chato como a senhora diz.
Poderia até “traduzir” o que ele quiz dizer, mas só vou deixar uma mensagem: sinta-se muito confortável em suas crises de fé, porque na verdade elas podem ser um momento de grande lucidez.
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